segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Genealogia por Lázaro Barreto

Texto enviado há três pelo amigo Tote.

A desventura da depressão é congênita?
Por mal dos pecados anteriores, até que pode ser.
Uma encrenca atrás da outra, indefinidamente?
Pode até acontecer.
Temos, porém, que levar em conta a vida errônea das pessoas
neste mundo de porteiras agressivas, responsável
pelo amargo assédio das lágrimas que destemperam
o pão nosso de cada dia.

A fina película de vida que cobre o planeta
está se afinando cada vez mais?
Os lugares da infância não cansam de chamar-nos:
frágeis e pusilânimes,
sentem saudades de nós, naquela quadra?
Apesar dos pesares, no entanto, sei muito bem
que se aprofundar-me no horror mais execrável,
posso encontrar o maravilhoso bem escondidinho lá!
Na tessitura dos senões e dos engodos,
uma simples palavra que se escreve ou que se lê,
pode ser cômica, dramática ou trágica
(a palavra que chora por dentro
no silêncio da dor reprimida).

Entrementes
recolhi e colecionei as muitas dores e os poucos prazeres
de meus antepassados,
a descer do trisavô em 1798
até chegar aos tataranetos dele na virada do segundo milênio.
Sim senhor!
Estive exaustivamente nas paróquias e nos cartórios
manuseei amarfanhei empilhei as fartas dores
e os escassos prazeres
ao longo dos anos e dos lugares,
através do sangue dos nomes prenomes sobrenomes,
até chegar às lágrimas que hoje inundam
meu quarto minha casa minha rua minha pessoa.
As lágrimas que amortalham e sepultam meus pedidos
e oferendas
aos que me precederam no banho de bênçãos e sorrisos
de uma família que é a miniatura da ampliada
FAMÍLIA HUMANA.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Nada mais que atuais...

Texto de José Américo de Almeida

A realidade sertaneja -1877

Com a colaboração e presteza de João Felipe Trindade.

"A Paraíba e seus Problemas" de José Américo de Almeida.A realidade sertaneja, nos repentes de dois rapazes plebeus - Nicandro Nunes do Nascimento e Bernardo Nogueira, é a impressão viva desse sentimento. É o eco estrangulado dessa tragédia coletiva, que é a seca. Desfiam o rosário de dores de 1877 na Paraíba, pelos efeitos da seca, nestas estrofes inéditas:

É - me preciso mudar
Da terra que amo e moro,
Terra que muito adoro,
A minha pátria natal.
Magino na beira-mar,
Me entristece o coração
Lagadiço, lameirão,
Pois a fome não é pêca,
Nesta tão terrível sêcca,
Foge, povo do sertão!

Ó, meu Deus, grande é o pecado
Deste povo que é teu
Morto á fome, como eu,
Magro, nú e acabado!
Nem em casa, nem no roçado
Não se vê, não se acha pão,
Não ha mais no duro chão
Raiz de pau ou semente,
Morre, se acaba a gente!
Foge, povo do sertão!

Foi-se a abelha, foi-se a caça,
A quem se pede nega,
Não há ceifa, não há rega...
Como é que o povo passa?
Do cabrum ha pouca raça,
Uma gallinha não ha
Como o povo viverá
Nesta terra? E os animaes?
Mas, se Deus sabe o que faz,
Deus o remedio dará.

Com razão, paes, te aflagellas
Não teres trajes decentes
Que cubram as innocentes
Carnes das filhas donzellas.
Seminúas saem ellas,
Com a vista baixa no chão,
Se escondendo entre os mais vão,
Dos olhos lagrimas correndo,
A quem encontram é dizendo:
Foge povo do sertão!

A fome foi tão canina
Que, se mais saber tu queres,
No Pombal duas mulheres
Comeram uma menina.
...................

Tambem muito senti eu
Quando sube que um vizinho
Tinha comido um poldrinho
De uma egua que modeu
Mais sentiu foi quem morreu,
De fome no mato e nú,
Cavando raiz de imbú.
E olhem como não ficaram
Os filhos, quando o acharam
Comido pelo urubú!

Xique-xique, mucunã,
Raiz de imbú e colé,
Feijão brabo, catolé,
Macambira, imbiratã,
Do pau pedra a carimã,
A paneira e o murrão,
Maniçoba e gordião,
Comendo isso todo o dia,
Incha e causa hydropisia,
Foge, povo do sertão!

Marchemos a encarar
Trinta mil epidemia,
Frialdade, hydropisia,
Que ninguém pode escapar.

Os que para o brejo vão
Morrem de epidemia;
Soffrem fome todo dia
Os que ficam no sertão,
Neste pego de afflicção.
Vae o sertão ficar vago!
A memoria tudo eu trago
Repassado de tristeza.
Ó Deus, que és pae da pobreza,
Dai-nos pão, dai-nos afago!

Que é feito dos cangaceiro
Que dominavam Texeira?
Deu-lhe a fome uma carreira;
Foram esbarrar no lameiro.
Quedê homens de dinheiro
Que ralhavam no sertão?
Que é feito do valentão
Que cevava o guarda-costa?
Vive tudo de mão posta,
Dizendo Deus dai-nos pão.

sábado, 18 de outubro de 2008

Famílias Pernambucanas


GENEALOGIA


Antes de colocar este breve resumo do início de algumas famílias pernambucanas, faço um parêntese sobre a origem de João de Mello Azedo, que segue:
Em relação aos Dias Azedo chegamos até onde podíamos, pois eles não possuíam bens na sua chegada a Ribeira Grande, Açores / Portugal, o que dificulta bastante, pois o nosso amigo Duarte Vasconcelos, que lá reside, buscou em todas as fontes possíveis, ficando apenas os Cartórios, mas como ele pode constatar os Dias Azedo não possuíam bens, portanto não poderiam figurar em registros cartoriais, até por que só casaram mais na frente, ficando a grande dúvida: qual e quando teria sido o primeiro a chegar nos Açores? A partir daí poderíamos buscar novas informações.
Estou tentando achar a trilha dos Mello. O que sei é que por via destes Mello somos aparentados com Pedro Álvares Cabral e o fato é que poderíamos ter sido Cabral de Melo há bem mais tempo...

CABRAL DE MELLO


Surgi da união entre João de Mello Azedo com D. Tereza de Jesus Cabral de Vasconcelos, cerca de 1803. Se considerarmos a criação da família neste enlace, já completamos 205 anos de existência, mas se considerarmos o nascimento de Francisco Antônio (01/01/1824), temos 184 anos.
Ele (João de Mello Azedo) nascido em Nossa Senhora da Estrela da Ribeira Grande (hoje Matriz), na Ilha de São Miguel – Açores/Portugal a 07/10/1776 e falecido em 09/09/1850. Ela nascida em Mogeiro/PB em setembro/1779 e falecendo em 02/08/1856, estando todos os dois sepultados no seu Engenho Puxi de Baixo em Pilar/PB.


Anteriormente achava que o único com o sobrenome Cabral de Mello, teria sido Francisco Antônio, mas em novas informações surgiu Josefa Umbelina Cabral de Mello, fora as nossas dúvidas em relação à Emília Joaquina Cabral de Mello matriarca dos Melo Cavalcanti. Ainda estou verificando a veracidade destas informações, pois parece que a primeira não teve descendente, já a outra teve vários.


Capitão Francisco Antônio Cabral de Mello (Azedo)

Nascido em Serra Verde/Paraíba, a 1º de janeiro 1824, falecendo no Recife, a 15/08/1899, estando sepultado na Matriz da Boa Vista (Recife/PE). Tendo este nome em homenagem a seu tio materno Francisco Antônio Cabral de Vasconcelos.
Senhor do engenho Tabocas, entre outros, na Paraíba e em Pernambuco.
Casou a 28/05/1849 com D. Ângela Felícia Lins de Albuquerque, nascida na Paraíba, a 1o de outubro de 1829, falecendo no Recife a 02/04/1922, filha do Major Diogo Soares de Albuquerque e da sua esposa D. Cândida Esméria Lins de Albuquerque (filha do 1º Capitão–Mor de Areia/PB - Bartolomeu da Costa Pereira e de Maria do Nascimento Albuquerque, sendo bisneta pelo lado paterno de Tomaz de Araújo Pereira - Português, natural de Viana, no Minho, que nasceu por volta de 1700 e radicou-se no Seridó do Rio Grande do Norte na terceira década do século XVIII. Sendo a família Araújo a que mais se proliferou pelo Seridó/RN. Casado em primeiras núpcias com MARIA DA CONCEIÇÃO DE MENDONÇA, ela natural da freguesia da Paraíba. Conta-se que Tomaz teria sido um homem de elevada estatura, corpulento, de muita força física).
Seguindo a relação dos filhos:

1. Cândida Cabral de Mello (*12/10/1850 – †21/06/1924);

2. Francisco de Assis Cabral de Mello (*1851 – †1873);

3. Thereza Cabral de Mello (*17/16/1853 – †02/12/1931), que casou a 21/11/1877 com o Dr. João Feliciano da Mota e Albuquerque (filho de Manoel Francisco da Mota e Albuquerque e da sua esposa D. Miquelina Joaquina);

4. João Cabral de Mello (*1854 – †1854), fato não conhecido, antes de João Cabral, teria tido outro que deve ter falecido ao nascer;

5. Dr. João Cabral De Mello (*no Recife, a 22/05/1856 – †15/06/1912) que casou a 12/06/1880 com D. Maria Rita de Souza Leão (filha do Dr. Felipe de Souza Leão e da sua esposa D. Hermelinda de Morais Diniz);

5.1 Dr. Oswaldo Cabral de Mello (*05/08/1881), casando-se a 14/12/1912, com D. Luísa Cavalcanti Coutinho (filha do Dr. Liberato Villar Barreto Coutinho e da sua esposa D. Antônia Cavalcanti);
5.1.1 Dr. João Coutinho Cabral de Mello (*20/12/1914);
5.1.2 Fernando Cafofa Coutinho Cabral de Mello (*14/02/1917 – † no Recife, 20/08/1998);
5.1.3 Felipe Coutinho Cabral de Mello (*11/05/1919);
5.1.4 Maria Antônia Coutinho Cabral de Mello (*1o/01/1921), casada com Dr. Álvaro Vieira de Melo;

5.2 Dr. Francisco Antônio Cabral de Mello (*17/06/1884), que casou duas vezes: a 1ª vez, 08/10/1906, com D. Maria Anunciada Gonçalves (filha do Dr. Sigismundo Antônio Gonçalves, senador e ex-governador de Pernambuco, e da sua esposa D. Maria das Dores de Souza Leão) (os 2 primeiros filhos); e a 2ª vez, 11/04/1942, com D. Amélia Ancila Gayoto (filha de Antônio Gayoto e da sua esposa D. Amélia A. Chirreli);
5.2.1 [1º m.] Dr. Sigismundo Gonçalves Cabral de Mello (*26/06/1907);
5.2.2. Dr. Luiz Filipe Cabral de Mello (*09/09/1909);
5.2.3. [2º m.] Marita Gayoto Cabral de Mello (*12/04/1943);

5.3 Maria das Mercês Cabral de Mello (*07/07/1885), que casou a 03/03/1908 com Manoel José da Costa (filho de Manoel José da Costa, o 1º, do Rio Grande do Norte, e da sua esposa D. Antônia de Sá Barreto);

5.4 Dr. Diogo Cabral de Mello (*08/06/1886), que casou a 10/05/1910 com D. Maria Luísa Dubeux (filha de Eduardo Dubeux e da sua esposa D. Elvira Pinto Portela);
5.4.1. Dr. Paulo Cabral de Mello (*10/11/1911);
5.4.2. João Cabral de Mello Sobrinho (*12/10/1914);
5.4.3. Eduardo Cabral de Mello (*03/04/1920);
5.4.4. Maria Filomena Cabral de Mello (Filó) (*21/12/1924);

5.5 Dr. João Cabral de Mello Filho (*26/06/1887), que casou a 03/05/1912 com D. Éster Carneiro Leão (filha de Virgínio Marques Carneiro Leão e de D. Maria Olindina);
5.5.1 Maria Rita Cabral de Mello (*17/04/1914 – †1939);

5.6 Maria Rita Cabral de Mello († criança);

5.7 Dr. Luiz Antônio Cabral de Mello (*09/12/1894 – † 03/08/1977), casado D. Carmem Carneiro Leão (irmã de D. Éster Carneiro Leão);
5.7.1. Virgínio Marques Cabral de Mello (*11/10/1918 - + 23/03/2002) casado em 22/04/1944, com Carmélia Moscoso (filha de Salvador Gomes Pereira de Araújo Moscoso e Inácia de Sá Carneiro);
5.7.2. João Cabral de Mello Neto (*09/01/1920 - +09/10/1999), casado: 1ª Stella Maria Barbosa e 2ª Marli;
5.7.3. Leda Cabral de Mello (*02/07/1922 - + falecendo ainda criança);
5.7.4. Maurício Cabral de Mello (*26/04/1925);
5.7.5. Cláudio Cabral de Mello (*25/02/1928);
5.7.6. Maria de Lourdes Cabral de Mello Fernandes (*06/03/1929), casada com Gláudio Xavier Fernandes;
5.7.7. Evaldo José Cabral de Mello (*20/01/1936), casado com Maria Luísa;

6. Maria da Conceição Cabral de Mello (*20/11/1857 – †08/08/1923), que casou a 20/11/1876 com José do Rego Barros e Albuquerque (filho de Joaquim Lins de Hollanda Cavalcanti e de D. Luzia do Rego Barros e Albuquerque);

7. Dr. Manoel Cabral de Mello (*06/04/1859), juiz de Direito em Pernambuco. Casou duas vezes: a 1ª vez, a 03/02/1885, com D. Maria de Jesus de Souza Leão († a 30/04/1885) (irmã da 2ª esposa); e a 2ª vez, a 12-IV-1887, com D. Maria das Mercês de Souza Leão (Dondon, filha do Dr. Filipe de Souza Leão e da sua esposa D. Hermelinda de Moraes Diniz). Do 2º matrimônio:

7.1. Julieta Cabral de Mello (*28/04/1891);
7.2. Ângela Cabral de Mello (*19/11/1893);
7.3. Adalgisa Cabral de Mello (*14/02/1897);
7.4. Francisco de Assis Cabral de Mello (*13/08/1900);
7.5. Alaíde Cabral de Mello (*14/08/1903 – † 19/11/1930);
7.6. Nair Cabral de Mello (*27/07/1907);
7.7. Milton Cabral de Mello (*21/05/1909);
7.8. Aline Cabral de Mello (*14/02/1911).

8. Júlia Cabral de Mello (*1860 – †1876);

9. Ângela Cabral de Mello (*20/01/1862 – † em decorrência do parto, em 1892), que casou com Manoel Olegário da Mota e Albuquerque (filho de Manoel Francisco da Mota e Albuquerque e da sua esposa D. Miquelina Joaquina);

10. Isabel Cabral de Mello Burity (tia Bela) (*02/02/1863 – †1956), que casou duas vezes: a 1ª vez, em 1879, com José de Azevêdo de Araújo Pinheiro (filho de João de Azevêdo de Araújo Pinheiro e da sua esposa D. Thereza de Araújo Pinheiro); e a 2ª vez, em 1890, com seu primo Antônio Cavalcanti de Albuquerque Burity (após esse casamento, passou a assinar Isabel Cabral de Melo Burity) (ancestrais do ex-governador da Paraíba Tarcísio Burity);

11. Anna Cabral de Mello (†1864);

12. Emília Cabral de Mello (*17/08/1866 – †1942), que casou a 31/01/1900 com o Dr. Luiz do Rego Cavalcanti de Albuquerque (filho de Manoel do Rego Cavalcanti de Albuquerque e da sua esposa D. Rosa Isabel Hardmann);

13. Dr. Diogo Soares Cabral de Mello (*no Engenho Tabocas, Nossa Senhora da Luz, PE, a 23/12/1867), desembargador em Pernambuco; autor de várias notas genealógicas. Casou duas vezes: a 1ª vez, no Recife, a 19/09/1891, com D. Evelina de Brito Bastos (*no Recife, 21/07/1874 – †no Rio de Janeiro, a 30/10/1917) [filha do Major José Antônio de Brito Bastos e da sua esposa D. Francisca Carolina Stepple da Silva] (1º casamento os 12 primeiros filhos); e a 2ª vez, no Rio de Janeiro, a 1º/10/1919, com D. Virgínia de Carvalho Serrano (filha do desembargador Getúlio Augusto de Carvalho Serrano e da sua 1ª esposa D. Etelvina Flora de Gouvêa) (as 2 últimas filhas). Pais de:

13.1. [1ª m.] Adalberto Cabral de Mello (*na Barra de São João, RJ, a 07/07/1893);
13.2. Augusto Cabral de Mello (*no Engenho Muribara, em São Lourenço da Mata, PE, a 07/10/1895);
13.3. Ângela Cabral de Mello (*Sant’Ana de Macau/RJ, 18/10/1898 – † em São José dos Campos/SP, 21/06/1928);
13.4. Diogo Cabral de Mello (*18/02/1900 – † agosto/1900);
13.5. Francisca Cabral de Mello (*Maricá/RJ, 11/07/1901);
13.6. José Cabral de Mello (*Angra dos Reis RJ, 16/03/1903 – † 06/05/1903);
13.7. Maria do Carmo Cabral de Mello (*Angra dos Reis, 27/06/1904 – † no Rio de Janeiro, 02/07/1916);

13.8. José Antônio Cabral de Mello (*Angra dos Reis, 11/04/1906);
13.9. Olívia Cabral de Mello (*São Fidelis/RJ, 29/07/1908);
13.10. Adalberto Brito Cabral de Mello (*São Fidelis/RJ, 9/10/1909);
13.11. Miguel Cabral de Mello (*São João da Barra/RJ, 25/06/1911);
13.12. Diogo Cabral de Mello (*São João da Barra/RJ, 21/10/1912);
13.13. [2ª m.] Marita Cabral de Mello (*Rio de Janeiro, 1º/09/1920);
13.14. Carmem Cabral de Mello (*Bom Jesus do Itabapoana/RJ, 09/04/1922).

14. Maria de Jesus Cabral de Mello (*15/05/1869 – † 18/04/1919), que casou com Joaquim Rafael Cavalcanti de Albuquerque (filho de Manoel do Rego Cavalcanti de Albuquerque e da sua esposa D. Rosa Isabel Hardmann);

15. Francisca Emília Cabral de Mello (*04/10/1870 – †1957), que casou a 02/12/1893 com Joaquim Guedes da Silva Sobral (filho de Theotônio Guedes de Moura e da sua esposa D. Maria do Carmo Sobral Fiel);



CARNEIRO LEÃO

Pedro CARNEIRO viveu na cidade do Porto / Portugal, nascido entre 1610 e 1615 e falecido antes de 1681, foi o patriarca da família, que teve sua origem na união dos dois apelidos, por via do seu casamento com Maria Antônia de LEÃO.
Sendo demonstrado e transcrito abaixo o assentamento do casamento que deu origem a família:
Abaixo tento transcrever o assentamento:

Aos quatro dias do mês de março de seiscentos e trunta e oito recebi Eu Braferrª --- affima dito, Pº (Pedro) Carnerº fo (filho) de cnª Antº Andre -- de funto (Funtão), -- e Maria Antônia fa (filha) Gº (Gonçalo) Fco (Francisco) e de sua molher Anna Antonia forao testemunha ------------------------------- Pantaleão Afonso e Isabel Antônia, (mulher João Antônio ----------------------------------------------------------------------------------------).
Brasferrª
(Mistos 1 pág 208 ,casamento, em 4 de março de 1638, em Sanfins de Ferreira )
Segundo notas de Carlos Leal Machado consta no mistos 1 pág 208 o casamento, em 4 de março de 1638 em Sanfins de Ferreira de Pedro Carneiro (filho de Antônio André e de Catarina Afonso) com Maria Antônia (filha de Gonçalo Francisco e Anna Antônia).

Pedro Carneiro

Segundo Carlos Leal Machado, que pesquisou nos registros dos Arquivos Paroquiais de Carvalhosa/Portugal, informou que só estão disponíveis os assentamentos após 1616. Sendo assim, ele não encontrou o nascimento de Pedro Carneiro, pelo que o seu nascimento deve ser anterior a 1616, (possivelmente cerca de 1612 data de nascimento da mulher Maria Antónia).
No processo de Diligência de Genere de Francisco Carneiro Leão, (Pº 28693 – Pasta 1259 do Arquivo Distrital de Braga), filho de Francisco Carneiro e de Luísa Barbosa indica:
Avós paternos:
- Pedro Carneiro (de Funtão – Carvalhosa);
- Maria Antónia (de Vila Cova, de Sanfins de Ferreira).
Avós maternos:
- António Ferreira (de Sanguinhais);
- Maria Barbosa (de Vilar – Paços de Ferreira).

A família CARNEIRO LEÃO, é na sua grande maioria natural da Freguesia de São Tiago de Carvalhosa – Braga – Portugal. Sendo formada aproximadamente em 1635, tendo, portanto 367 anos.
Do enlace de Pedro Carneiro com Maria Antônia Leão, nasceram seis filhos, estando transcrito aqui apenas o que nos interessam, (mas já estamos fazendo as ligações dos outros para possíveis comparações):
FRANCISCO CARNEIRO (LEÃO), que foi batizado a 20 de Novembro de 1650, no Porto, segundo consta do Livro 2.º (ou M2) de batismo de São Tiago de Carvalhosa, fl.11. Casado a 25 de Outubro de 1681, na mesma freguesia do seu nascimento, segundo o Livro de casamentos de São Tiago da Carvalhosa, fl. 182, com LUIZA BARBOSA, batizada a 5 de março de 1662, na mesma freguesia de São Tiago de Carvalhosa, Livro M2º, fls.17, filha de Antônio Ferreira e de Maria Barbosa.
Deste casamento, tiveram nove filhos, dentre eles:
MANUEL CARNEIRO LEÃO[1], batizado a 28 de Outubro de 1685, segundo consta do Livro 2.º (ou M2), fls. 68 verso, da Freguesia de São Tiago de Carvalhosa. Emigrou para Pernambuco onde foi um dos grandes patriarcas no Brasil, de um dos ramos da Família Carneiro Leão de PERNAMBUCO. Passou para Pernambuco, onde adquiriu as terras do antigo Engenho Carnijó, que se encontrava abandonado, desde a invasão holandesa. Seu filho ergueu nestas terras, no ano de 1749, a Capela e a Casa Grande do Engenho Macujé. Em 1740, vivia no engenho Contraçude, ou seja, era proprietário do dito Engenho, localizado em Jaboatão (dos Guararapes)/PE. Foi prior da Ordem terceira do Carmo, na Vila do Recife/PE em 1741, sendo 33º Prior da Ordem que ainda hoje existe no bairro de Santo Antônio na cidade do Recife, tendo como sede a Igreja de Santa Teresinha e um casarão ao lado da Basílica do Carmo, estando provavelmente sepultado na referida Igreja. Dados biográficos e outras informações junto à Ordem são bastante difíceis, pois o estado em que se encontra a Instituição é deplorável, sem qualquer preservação do patrimônio atual, quanto, mas das coisas mais antigas.
Deixou larga descendência do seu casamento com Rosa (Rita) Maria de Barros, também aparecendo como Ana Maria de Barros Alvéolo Teles, integrante da família Barros Barreto, de abastados proprietários de Engenho.
Manuel Carneiro Leão também consta da obra de Antônio Borges da Fonseca, Nobiliarquia Pernambucana, Tomo I, pág. 160, onde lhe traça a descendência até cerca de 1770, data dos últimos apontamentos feitos pelo autor.
Manuel Carneiro Leão vem a ser terceiro avô de BRAZ CARNEIRO LEÃO, de Pernambuco (nada tem haver com o de Minas gerais/Rio de Janeiro), que nasceu por volta de 1799 em Pernambuco, portanto já não consta na obra de Borges da Fonseca, e faleceu em 3 de fevereiro de 1876. Foi agraciado pelo Governo Brasileiro com o título de BARÃO DE SÃO BRAZ, deixando larga descendência, ainda hoje residente em Pernambuco.
Dentre seus filhos destacamos:
Francisca Teresa de Jesus Barros, nascida por volta de 1714, e não tendo no seu nome o sobrenome Carneiro Leão, casando-se com VIRGÍNIO RODRIGUES CAMPELLO (I), falecido em 1749, deixando como filho do seu primeiro casamento (teve dois):
VIRGÍNIO RODRIGUES CAMPELO (II), Nascido em 1746 e Senhor do Engenho CUNHA, casado com Rita Josefa de Jesus. Deixando MANUEL CARNEIRO LEÃO.
MANUEL CARNEIRO LEÃO, Nascido pro volta de 1771, casado com sua prima MARIA DO CARMO DINIZ BANDEIRA, teve como filho deste primeiro casamento (teve dois):
VIRGÍNIO CARNEIRO LEÃO[2] (III), nascido em 1812 e faleceu com 50 anos em 15/09/1862, estando sepultado na Igreja de Santo Antônio, lv. 19 fl.21.

MARIA CLÁUDIA DO ESPIRÍTO SANTO, tendo neste primeiro casamento (teve três) os seguintes filhos:
1.1 Manuel Virgínio Carneiro Leão (IV) c.c D. Maria do Carmo Bandeira Carneiro Leão (filha de Antônio Bandeira Carneiro Leão e D. Maria do Carmo Carneiro Leão);
1.2 D. Maria do Carmo Carneiro Leão c.c Joaquim Felício de Sá Barreto (filho de Antônio Pedro de Sá Barreto e Cesária Ribeiro de Farias);
1.3 Pedro Augusto Carneiro Leão c.c Ana Isabel Bandeira Carneiro Leão (cunhada de seu irmão);
1.4 José Marques[3] Carneiro Leão c.c Celestina Eugênia de Sá Barreto (filha do Coronel reformado Antônio Pedro de Sá Barreto e Cesária Ribeiro de Farias[4]). Deixando a seguinte descendência:
1.4.1 Maria do Carmo Carneiro Leão;
1.4.2 D. Cesária Barreto Carneiro Leão c.c Antônio Augusto de Vasconcelos (pais do ministro Dr. Abner de Vasconcelos[5]);
1.4.3 D. Ignácia Carneiro Leão (falecida sem deixar descendência);
1.4.4 D. Maria da Conceição Carneiro Leão c.c Ezequiel Lopes de Barros[6];
1.4.5 D. Emerenciana Carneiro Leão c.c Virgínio Carneiro de Sá Barreto[7];
1.4.6 Dr. Antônio Pedro Carneiro Leão (magistrado) c.c Maria Pereira de Resende;
1.4.7 Manoel Marques Carneiro Leão c.c Maria de Sant’ Ana Carneiro Leão[8];
1.4.8 D. Adelaide Carneiro Leão c.c Ezequiel Lopes de Barros[9];
1.4.9 Dr. Pedro Augusto Carneiro Leão c.c Maria Herculana Serrano Gouvêa[10];
1.4.10 Dr. Virgínio Marques Carneiro Leão[11] (V), nascido a 03/04/1863 c.c D. Olindina de Melo[12]. Deixando a seguinte descendência:
1.4.10.1 D. Éster Carneiro Leão[13] c.c Dr. João Cabral de Mello Filho[14];
1.4.10.2 Dr. Waldemar Carneiro Leão (advogado) c.c D. Jandira Pontual;
1.4.10.3 Oscar Carneiro Leão c.c D. Helena Ramos da Costa (sem descendência);
1.4.10.4 D. Albertina Carneiro Leão c.c Dr. Ulisses Pernambucano de Melo[15];
1.4.10.5 Dr. Nelson Carneiro Leão c.c D. Maria da Silva[16];
1.4.10.6 Gilberto Carneiro Leão;
1.4.10.7 Abelardo Carneiro Leão c.c D. Luiza;
1.4.10.8 D. Hilda Carneiro Leão;
1.4.10.9 Humberto Carneiro Leão c.c Dulce Gonçalves de Melo[17];
1.4.10.10 Eunice Carneiro Leão (tia Ani) c.c Dr.Esmeraldo de Albuquerque Henrique;
1.4.10.11 Hilton Carneiro Leão c.c D. Laura Monteiro;
1.4.10.12 D. Carmem Carneiro Leão, casada em 26/12/1917 com Dr. Luiz Antônio Cabral de Mello[18].
A numeração acima consta a partir de Virgínio Carneiro Leão, então depois tenho que alterar e atualizar, pois esta errada. Parei em Vovó Carmem para não ter que repetir as mesmas coisas e tornar a carta mais longa e cansativa.


SOUZA LEÃO

O primeiro nome que se tem conhecimentos em relação aos SOUZA LEÃO, foi o de: MANUEL LEÃO (n.1606, f.1694), Senhor da Casa dos Morenos, ele era filho de GONÇALVES ALVARES (f.1634) c.c ISABEL LEÃO.
Surgindo mais na frente o seu filho: MANUEL LEÃO c.c MARIA DE SOUZA – formando assim a família SOUZA LEÃO. Não tendo a data precisa da formação da família, mais deve ter se dado aproximadamente em 1650. Tendo 355 anos.
Um fato curioso a ser pesquisado é que a maioria dos Souza Leão de Pernambuco radicou-se em vilas próximas ao Recife. O fato é ter uma cidade na Região Metropolitana do Recife com o nome de MORENO, justamente onde se fixaram os Souza Leão, teria possivelmente este nome em virtude do título de Senhor da Casa dos Morenos, pertencentes aos Souza Leão.
Mas a formação da família Souza Leão no Brasil, se dá com a chegada de DOMINGOS DE SOUZA LEÃO (LUSITANO) mais ou menos em 1750 (aproximadamente 100 anos após a formação da família em Portugal), casando-se com Isabel de Souza Ferreira, natural de Santo Amaro do Jaboatão, estado de Pernambuco. Os dados comprobatórios do início da família com a junção dos dois sobrenomes, ainda não tenho, mas é certo que ela já chegou formada ao Brasil.

Sendo pais do Capitão Mor Domingos de Souza Leão, natural de Pernambuco, casado com Isabel da Silva Ribeiro, natural de Olinda (Sé);

Pais do Capitão João de Souza Leão, casado com Ana Rita da Silveira. Deste casal descende a Casa de Gurjaú de Baixo que se dividiu em diversos ramos.

Pais do Tenente Coronel Filipe de Souza Leão, casado com Rita de Cássia Pessoa de Mello, tronco dos denominado ramo Tapera, senhores do engenho Tapera em Jaboatão. Foi um dos eleitores[19] nomeados pela freguesia de Jaboatão.

Pais do Dr. Felipe de Souza Leão, senhor dos engenhos Timbó e Serraria, em Jaboatão, e engenho Ibura, em Afogados, lugares de Pernambuco e irmão do Barão de Moreno e do Barão e Visconde de Campo Alegre (não sei porque ele não tinha título de nobreza). Que nasceu em Jaboatão (dos Guararapes)/PE, e se casou a 08.09.1854 com Hermelinda Eulália de Moraes Cisneiros.
Pais de Maria Rita de Souza Leão (Dindinha), casada com o Dr. João Cabral de Mello. Sempre descendemos de ramos masculinos, sendo a primeira linhagem feminina com Dindinha.
Achar as gerações anteriores a Domingos de Souza Leão – Lusitano;
E descobrir as filiações de cada geração.

DESCRIÇÃO DAS GERAÇÕES:

1. Domingos de Souza Leão c.c Isabel de Souza Ferreira[20];
2. Capitão Mor Domingos de Souza Leão c.c Isabel da Silva Ribeiro;
3. Capitão João de Souza Leão c.c Ana Rita da Silveira;
4. Tenente Coronel Filipe de Souza Leão c.c Rita de Cássia Pessoa de Mello;
5. Dr. Felipe de Souza Leão c.c com Hermelinda Eulália de Moraes Cisneiros;
6. Maria Rita de Souza Leão (Dindinha) c.c Dr. João Cabral de Mello;
7. Dr. Luiz Antônio Cabral de Mello c.c Carmem Carneiro Leão.

Peço à todos que puderem contribuir com alguma informação adicional ou corretiva que fiquem a vontade.
Espero que gostem!
Obrigado,

Alfredo Cabral de Mello


[1] Primeiro Carneiro Leão a chegar a Pernambuco, a família carneiro Leão já chegou formada ao Brasil, toda a sua origem é portuguesa.
[2] Primeiro Virgínio Carneiro Leão
[3] Primeira aparição do Marques junto ao do Carneiro Leão e comprovadamente era sobrenome e não nome próprio, como alguns pensavam.
[4] Sogros de seu pai, portanto irmã da terceira mulher de seu pai.
[5] Destaca-se um livro na biblioteca AFN, sobre o destacado Desembargador/Ministro.
[6] Seu cunhado, viúvo de sua irmã Adelaide.
[7] Seu primo, filho de Joaquim Felício de Sá Barreto e D. Maria do Carmo carneiro Leão.
[8] Filha de Pedro Augusto Carneiro Leão e D. Ana Isabel Bandeira Carneiro Leão.
[9] Falecendo e chegando seu marido a casar com sua irmã.
[10] Filha de Francisco Maria de Souza Gouvêa e D. Antônia Maria Serrano.
[11] Formou-se em Direito pela Faculdade do Recife em 1885, se tornado professor de Filosofia.
[12] Filha do Major Ulisses Pernambucano e D. Francisca Ferreira, Teixeira?
[13] Sepultada juntamente com seu marido no jazigo da família no Cemitério de Santo Amaro – Recife/PE.
[14] Filho do Dr. João Cabral de Mello e D. Maria Rita de Souza Leão (Dindinha).
[15] Médico psiquiatra de grande destaque, filho de Dr. José Antônio Gonçalves de Melo.
[16] Filha do Dr. José Roberto da Silva e D. Ana Meneses.
[17] Filha do Dr. José Antônio Gonçalves de Melo e de D. Maria da Conceição.
[18] Nascido a 09/12/1984, filho de João Cabral de Mello e D. Maria Rita de Souza Leão (Dindinha).
[19] Havia dois tipos de eleitores: os de Província e os de Paróquia (Homem livre, com idade a partir dos 25 anos, possuindo uma renda mínima de 200$000 Réis, estaria qualificado pela Constituição de 1824 a participar do processo eleitoral, pois após ser escolhido pelo Eleitor de paróquia, era o que votaria nos deputados para a Assembléia Geral).
[20] Ele lusitano e o primeiro a chegar a Pernambuco.

domingo, 12 de outubro de 2008

Início

Caros Amigos,

É com muita alegria que posto meu primeiro texto no meu blog.

Sempre resistir, pela minha timidez, a expôr minhas idéias, curiosidades e pesquisas. Mas agora criei coragem e vamos em frente.

De começo vai esta apresentação externando que tratarei de política, genealogia e textos variados.

E todo domingo estarei postando uma mensagem, que espero, agrade a todos.

Obrigado,

Alfredo Cabral de Mello