quinta-feira, 28 de maio de 2009

Forte Orange

Forte Orange

“Dentro da barra da ilha de Itamaracá apresenta-se em primeiro lugar o forte Orange, situado sobre um baixo.
de areia separado de terra firme por uma angra que é vadeável, de baixa mar. Este forte domina a entrada
do porto,visto que como os navios que entram têm que passar por diante dele a tiro de arcabuz...”


Breve discurso de Maurício de Nassau, em 14 de janeiro de 1638.


Continuo com a abordagem das fortificações, explanando agora a respeito do FORTE ORANGE, que iniciamos com este trecho de um discurso do Conde João Maurício de Nassau-Siegen.
O Forte Orange está situado na Ilha de Itamaracá distante do Recife, cerca de 50 km, na antiga capitania de Itamaracá.


Sua construção teve início no ano de 1631, logo no começo da ocupação holandesa no Nordeste brasileiro. Sua posição foi estrategicamente estudada para sua construção, em face do mesmo ficar voltado para o mar e para o canal que separa a ilha do continente, chamado Canal de Santa Cruz.


Um fato curioso que depois da restauração portuguesa das terras brasileiras, os mesmos, ao que tudo indica não quis reformar a fortificação, e sim construiu outra fortificação, num local muito próximo ao anterior e aproveitando grande parte do que restou da antiga construção. Um ponto que ratifica este ponto é que a entrada que na sua primeira fase era voltada para o canal de Santa Cruz, está entrada foi descoberta há pouco tempo pelos arqueólogos da UFPE, que ainda estão tentando identificar sua antiga posição.


O forte foi projetado pelo Engenheiro Pieter Van Buerin e foi executada inicialmente em taipa de pilão.



Foto 1. Alfredo Cabral de Mello (04/2009).


Para a Escola Holandesa um fator essencial para definição do local de construção da fortaleza era sua relação com as outras unidades do sistema de defesa, ou seja, as outras posições estratégicas que poderiam corroborar fortalecendo assim o sistema de defesa principal, o Forte.


Outro ponto importante e se faz necessário registrar, é que neste período apenas o Nordeste possuía fortaleza importantes, isso devido a piratas ingleses e franceses, fazendo então do Nordeste uma região riquíssima à pesquisa e a história de nosso país, ou mesmo, atrevimento meu, um país chamado Pernambuco!


Visitei o mesmo na semana retrasada e como já fazia algum tempo que não ia por lá, fiquei muito feliz com o que encontrei, pois o mesmo está sendo recuperado e organizado, contando inclusive com um pequeno museu que trás algumas informações. Pode ser melhorado, mas necessita da ajuda de todos para manter nossa história viva, estando ali exposta a todos que queiram pesquisar ou simplesmente admirar.




Foto 2. Cabral de Mello (04/2009).



Dá última vez encontrei um acumulo de areia muito grande e agora já está em outra situação, uma visita que para quem gosta, vale muito a pena.
Não se admirem em encontrar uma igreja, pois como já dito houve alterações quando os portugueses capitularam, estando hoje interditada por conter bastantes informações e por isso não está aberta para visitações.
Dentro os visitados até o momento, achei o mais protegido e imponente, sua arquitetura realmente encanta, podem perguntar arquitetura num forte? Sim, é inacreditável que achemos que este tipo de construção seja feito a revelia, nunca! Sempre bem planejados e com diferentes concepções de acordo com a sua localização, que é muito importante para definição da estrutura há ser projetada.


Peço aos amigos que contribuam com informações, pois cada vez vamos enriquecendo.

Grato,
ACM


Bibliografia:

Joaquim de Arruda Falcão Neto – Brasil Holandês (Imagens do Brasil Holandês 1630-1654, Rio de Janeiro – Maio de 1987);
Evaldo Cabral de Mello – Olinda Restaurada – Guerra e Açúcar no Nordeste, 1630/1654, Rio de Janeiro, Forense, São Paulo, EDUSP - 1975.
Evaldo Cabral de Mello – Rubro Veio – O imaginário da Restauração Pernambucana, 2 edição, Rio de Janeiro – Topbooks, 1997.
Evaldo Cabral de Mello – NASSAU: Governador do Brasil - Holandês, São Paulo, Companhia das Letras, 2006.

domingo, 24 de maio de 2009

Estou devendo...

Caros Amigos,
Bom início de semana!

Como me comprometir com todos, semanalmente irei postar sem falta algo que traga informações e ajude de alguma maneira vcs.
Hoje, como havia prometido, falaria sobre o forte Orange, dentre as fortificações holandezas.
Bem na verdade o texto está pronto, mas ao "cair" na pesquisa pude notar que princincipalmente as fortificações dentro da capitania Duartina, são muitas informações e não dá em hipotése alguma colocar um texto pela metade ou deixando algo de importante de lado. Em face do exposto e do meu comprometimento com nossas pesquisas e querendo sempre enriquecer com novas informações, peços desculpas ao mesmo que deixos todos curiosos para a nova postagem...

Abraços,

Alfredo

sábado, 16 de maio de 2009

Fortificações

Hoje depois de um longo recesso e por “cobrança” do primo e amigo João Felipe Trindade, retorno as minhas crônicas.
Mesmo passando este tempo sem registro, não deixei de prosseguir com minhas pesquisas, mas pude notar que estava tudo muito bagunçado e que necessitava ajustar todas as informações que vinha colhendo e registra-las.
Verifiquei que para mim, fora a genealogia, estava muito forte a questão do Brasil Holandês, diante do exposto estou direcionando minhas pesquisas para duas frentes: “As fortificações durante o período holandês” e “Os engenhos antes da invasão batava”, essa com a influência do amigo Fábio Arruda. E lá fui atrás destas novas investidas e fiz a primeira visita ao Forte das Cinco Pontas, hoje museu da cidade do Recife.
O Forte das Cinco Pontas também chamado pelos holandeses de VIJFHOEK, foi construído em 1630 pelos holandeses, por determinação do então Príncipe de Orange.
A construção da fortaleza não tinha como objetivo profícuo o combate, mas sim, garantir o suprimento d água das cacimbas de Ambrósio Machado, no extremo sul da Ilha de Antônio Vaz, único lugar onde havia água potável no Recife, tendo como função bélica impedir que barcos inimigos penetrassem pelas áreas baixas do Rio Capibaribe, em direção ao sul do Recife, e que o açúcar fosse desviado através de uma passagem nos arrecifes, chamada “Barreta dos Afogados”.
Após capitulação pelos portugueses a fortificação com o apelido “Cinco Pontas”, que era devido à sua forma original, pentagonal, em forma de estrela, continuou a ser chamada após reforma realizada pelos portugueses, quando se transformou numa estrutura de apenas quatro pontas.
O projeto de construção do forte, de acordo com o melhor estilo de edificação holandesa do século XVII, é atribuído ao engenheiro Holandês Tobias Commersteijn, e a direção das obras, a Peter Van Buerer. Em sua primeira feição, suas muralhas eram feitas de terra e não ultrapassavam 12 pés de altura.
Em 1654, as forças brasileiras e portuguesas, comandadas por André Vidal de Negreiros e pelo General Francisco Barreto de Menezes, finalmente derrotaram os holandeses e ocuparam o Forte das Cinco Pontas, tendo a rendição ocorrido na CAMPINA DO TABORDA, porta sul da cidade, nas imediações do Forte.
Em 1677, após a rendição dos holandeses, o forte foi reconstruído em pedra e cal com apenas quatro baluartes. Seu nome foi mudado para Forte de São Tiago, mas o povo, fiel a sua origem, logo o chamou de São Tiago das Cinco Pontas.
A situação atual do forte é de boa conservação e abriga um pequeno museu, que no meu entender poderia ser mais bem planejado trazendo mais informações aos seus visitantes.
O forte tem uma saída de fuga pela lateral dando dentro da maré, daí podemos dizer que a fuga só se daria por ali se houvesse uma invasão terrestre o que seria difícil, pois pelo seu posicionamento a melhor entrada para a invasão seria pela margem do Capibaribe. Outro fato que me chamou atenção foi não ter localizado a Capela, se é que tinha, poderíamos até conjecturar que na fase inicial do forte não houvesse, em virtude da religião batava, mas depois com a tomada pelos portugueses qual seria o motivo para não haver uma capela, mesmo que pequena?
Acredito que ainda tem muito que se desvendar desta edificação, mas por enquanto, vou deixando aberto estes questionamento para que possamos aprofundar este estudo.
Na próxima falarei sobre o Forte Orange.

Grato,
Alfredo