sábado, 16 de maio de 2009

Fortificações

Hoje depois de um longo recesso e por “cobrança” do primo e amigo João Felipe Trindade, retorno as minhas crônicas.
Mesmo passando este tempo sem registro, não deixei de prosseguir com minhas pesquisas, mas pude notar que estava tudo muito bagunçado e que necessitava ajustar todas as informações que vinha colhendo e registra-las.
Verifiquei que para mim, fora a genealogia, estava muito forte a questão do Brasil Holandês, diante do exposto estou direcionando minhas pesquisas para duas frentes: “As fortificações durante o período holandês” e “Os engenhos antes da invasão batava”, essa com a influência do amigo Fábio Arruda. E lá fui atrás destas novas investidas e fiz a primeira visita ao Forte das Cinco Pontas, hoje museu da cidade do Recife.
O Forte das Cinco Pontas também chamado pelos holandeses de VIJFHOEK, foi construído em 1630 pelos holandeses, por determinação do então Príncipe de Orange.
A construção da fortaleza não tinha como objetivo profícuo o combate, mas sim, garantir o suprimento d água das cacimbas de Ambrósio Machado, no extremo sul da Ilha de Antônio Vaz, único lugar onde havia água potável no Recife, tendo como função bélica impedir que barcos inimigos penetrassem pelas áreas baixas do Rio Capibaribe, em direção ao sul do Recife, e que o açúcar fosse desviado através de uma passagem nos arrecifes, chamada “Barreta dos Afogados”.
Após capitulação pelos portugueses a fortificação com o apelido “Cinco Pontas”, que era devido à sua forma original, pentagonal, em forma de estrela, continuou a ser chamada após reforma realizada pelos portugueses, quando se transformou numa estrutura de apenas quatro pontas.
O projeto de construção do forte, de acordo com o melhor estilo de edificação holandesa do século XVII, é atribuído ao engenheiro Holandês Tobias Commersteijn, e a direção das obras, a Peter Van Buerer. Em sua primeira feição, suas muralhas eram feitas de terra e não ultrapassavam 12 pés de altura.
Em 1654, as forças brasileiras e portuguesas, comandadas por André Vidal de Negreiros e pelo General Francisco Barreto de Menezes, finalmente derrotaram os holandeses e ocuparam o Forte das Cinco Pontas, tendo a rendição ocorrido na CAMPINA DO TABORDA, porta sul da cidade, nas imediações do Forte.
Em 1677, após a rendição dos holandeses, o forte foi reconstruído em pedra e cal com apenas quatro baluartes. Seu nome foi mudado para Forte de São Tiago, mas o povo, fiel a sua origem, logo o chamou de São Tiago das Cinco Pontas.
A situação atual do forte é de boa conservação e abriga um pequeno museu, que no meu entender poderia ser mais bem planejado trazendo mais informações aos seus visitantes.
O forte tem uma saída de fuga pela lateral dando dentro da maré, daí podemos dizer que a fuga só se daria por ali se houvesse uma invasão terrestre o que seria difícil, pois pelo seu posicionamento a melhor entrada para a invasão seria pela margem do Capibaribe. Outro fato que me chamou atenção foi não ter localizado a Capela, se é que tinha, poderíamos até conjecturar que na fase inicial do forte não houvesse, em virtude da religião batava, mas depois com a tomada pelos portugueses qual seria o motivo para não haver uma capela, mesmo que pequena?
Acredito que ainda tem muito que se desvendar desta edificação, mas por enquanto, vou deixando aberto estes questionamento para que possamos aprofundar este estudo.
Na próxima falarei sobre o Forte Orange.

Grato,
Alfredo

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