sábado, 6 de fevereiro de 2010

Colonização: Holandeses x Nassau x Portugueses

Qual seria a situação do Nordeste brasileiro, mais especificamente de Pernambuco, se não houvesse ocorrido à expulsão (compra) dos holandeses?




Não podemos imaginar o Recife hoje sem a contribuição dos batavos na sua formação. O Recife, chamado pejorativamente de o “povo” era simplesmente um porto, muito mal visto pela nobreza da terra, que tinha Olinda como sede da Capitania. Tudo era emanado de lá.



É inegável a prosperidade oriunda do período Nassoviano e mesmo depois gerando assim diversas brigas entre as duas cidades, ou melhor, entre a cidade e o seu oitão.



Não fosse a contribuição de Nassau, não sei qual seria a situação do Recife hoje.



Vieram cientistas, pintores, engenheiros, entre outros. E Olinda? Ela hoje não passa de uma cidade dormitório e o Recife se tornou o grande centro.



Mas vamos buscar lá trás algumas ponderações:



O Recife cresceu e foi colonizada como cidade graças à visão revolucionária do Príncipe de Orange e que colonização! Então pouco tempo, Nassau promoveu uma verdadeira revolução, no sentido progressista da palavra e sem o mesmo, a presença batava não teria sido muito diferente da dos portugueses, apesar de Pernambuco ter tido muita sorte com os seus comandatários, desde há chegada de Duarte Coelho até a independência do Brasil, pois aqui ocorreram grandes levantes.



A colonização portuguesa, era como dizia um autor que agora não me recordo o nome, “igual a caranguejo”, ou seja, só ficava andando de lado no litoral, e muito poucas vezes procurou desbravar o interior. Não podemos dizer que com os holandeses foi diferente, mas foi fortalecida, com um propósito definido, de fazer ali uma nova cidade, capaz de aceitar as divergências religiosas e conciliar a vaidade da Capital, com o trabalho do porto. Olinda perdeu o bonde da história e os recifenses aproveitaram a situação e os investimentos batavos (judeus) e surgiu fortalecida.



Mas voltemos ao título, será que se Nassau não tivesse dado início ao seu sonho de tornar aqui uma cidade próspera como estaríamos? Será que teríamos tido tantas revoluções? Nunca saberemos, mas onde ele passou trouxe progresso, artes fora outras tantas benfeitorias realizadas num espaço de tempo tão curto, se falássemos hoje iríamos dizer que ele era o “cara”.



Ao invés de Nassau, se outro tivesse sido o comandante da investida “empresarial” dos Países Baixos ao Nordeste brasileiro? Será que teria sido Recife a capital? Onde estaríamos hoje? São respostas que nunca teremos, mas não podemos, nunca, deixar de registrar todo o legado que o general, comandante, administrador e acima de tudo um pacificador, um homem a frente do seu tempo, João Maurício de Nassau Siegen, nos deixou de herança. Um homem que em pleno século XVII, já pregava a tolerância religiosa, mesmo sendo uma estratégia, onde trouxe a urbanização a um centro minúsculo em termos físicos, como o Recife e acima de tudo soube conduzir um povo com rixas religiosas, culturais, preconceituosas.



Não sou o dono da verdade, muito longe disso, mas para mim o Recife deve o que é hoje a Maurício de Nassau.



É óbvio que cabe aqui um estudo mais aprofundado, um debate que acho que deveria ocorrer e na verdade nunca saiu do papel, se é que chegou até ele, mas a contribuição é inegável, pelo menos no que concerne ao Recife, aonde o Príncipe chegou e como dizemos: “foi amor a primeira vista” e que vista!

Um comentário:

Ormuz B.Simonetti disse...

Caro Alfredo Cabral, recebi do confrade Felipe Trindade (hipotenusa@digi.com.br) seu artigo sobre a presença e expulsão dos holandeses no nordeste brasileiro especificamente em Recife e Olinda. Parabéns pelo texto.
Abraço,
Ormuz Barbalho Simonetti – www.ormuzsimonetti@yahoo.com.br
Presidente de Instit. Norte-Riograndense de Genealogia.
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